segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Obrigado, São Judas Tadeu

Hoje é dia de São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. Era pra ele que eu rezava quando queria passar no vestibular. Antes de começar as provas, lia a oração. Algumas vezes os fiscais de prova iam ver do que se tratava aquele papelzinho, que mais parecia uma cola.
O resultado do vestibular saiu dia 28/12/2006, todo dia 28 se comemora o dia de São Judas. Coincidência? Logo saiu o resultado, atravessei a cidade de São Paulo junto a meu pai e minha irmã (minha mãe estava fazendo compras na 25 de março) rumo a igreja de São Judas. Lá agradeci muito e jurei que voltaria ao menos uma vez por ano. Não cumpri. Que seria de nós se os santos resolvessem vingar-se pelas promessas não cumpridas? Melhor sempre apelar pra São Longuinho que fica mais fácil.
                
Mesmo assim tenho a impressão que São Judas está feliz comigo. Aconteceu tanta coisa nesses últimos 7 anos! “Temos que viver o que temos que viver, viveremos plenamente em qualquer lugar, e fazer da vida o livro que sempre quisemos ler.” São Judas deve estar feliz porque sabe que eu não tive que ir até sua igreja para estar com ele.
Deve estar mais feliz ainda por saber que talvez eu entenda que ele é na verdade mais uma das tantas representações daquilo que todos nós devemos procurar acumular, aliás as únicas coisas dignas de real acúmulo: Conhecimento e sentimentos bons. O resto é provisório.
                
Aqui em Sombrio hoje faz Sol, é segunda-feira, mas é feriado (dia do servidor público), sou médico, toco violão e gosto de escrever. Faço filosofia, tenho muitos amigos e uma família sensacional. Também existem problemas, que ajudam a entender coisas e crescer. A maré tá boa, então vamos pegar carona.
E pra quem ainda não entendeu, é tudo nosso, tudo de todo mundo. Tudo! Empresto as palavras de outro mestre, e agradeço mais um dia. Obrigado, São Judas Tadeu!

“You may say I’m a dreamer, but I’m not the only one. I hope someday you'll join us, and the world will live as one” (John Lennon).

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Trintões

É bom chegar numa determinada etapa da vida e se sentir bem relacionado. Não me refiro a conhecer pessoas importantes, e sim ter grandes amigos, ou pelo menos relações muito sinceras (o que no fundo quer dizer “pessoas importantes”). Mais do que isso, percebe que a coisa virou atemporal (em amplo sentido): tenho amigo de menos de 20 e mais de 50 anos. Dentre eles, há uma turma que abandonou a velha escola, toma o mundo feito coca-cola e, não sei se por coincidência, estão chegando juntos aos 30.
Esqueçam as canções. “Meus vinte anos de boy, that’s over baby”? “Tenho 25 anos de puro sangue e América do sul”? “não abro mão nem por você nem por ninguém, quero mais saber dos meus 20 e poucos anos”? Eles sim serão os autênticos trintões; tenho certeza de que ao badalar das 0h irão dizer “preparem-se, que o melhor vai começar”.      

Inesquecível ser acordado as 5h da manhã com o convite “vem beber na Rep, é um desafio, tem cerveja infinita”, ou no meio da madrugada, no auge da bebedeira, receber um tercinho da avó, como prova de coisas que até um “chacoalho” provariam. Presenciar e ajudar a quebrar cadeira, impressora, garrafas, copos e afins num momento de total vandalismo foi uma das coisas mais cheias de significado das quais já participei. E pô, “a gente acabou de se conhecer, mas você não me empresta uma...”. Encho esta página e mais um calhamaço de bater Senhor dos Anéis, e não conto tudo de engraçado, bizarro e muito feliz que passamos juntos.
                
Das mais profundas conversas às maiores idiotices (essas muito mais numerosas que aquelas), a vontade que dá é dizer ao mundo: orbitem ao redor desses caras, que tudo vai ser melhor, a viagem vai ser muito mais divertida, ao som de Elvis, Elis, Pato Fu e algo que valha mais que 300 reais. Nesta viagem já embarquei, e como costumo dizer, há viagens que começam e nunca terminam.
                
Mas só responde: “Foi a cerveja ou a mordida?”


Dedicado a Julio, Gabriel, Negão e Cris (Menção honrosa ao Gui, que não chegou aos 30 mas é como se tivesse chegado, huahua).

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Quem sou eu

Médico da atenção básica de Sombrio - Santa Catarina. Escreve para o site da prefeitura, neste blog e eventualmente em outro veículos. Estuda filosofia. Toca violão e alguns outros instrumentos, nenhum verdadeiramente bem.